
A noite era fria e a chuva, vez ou outra, caía sob centenas de pessoas que aguardavam anciosas, numa enorme fila que se formara fora do Forte de Copacabana. Tudo isso para assistir ao Bossa Nova em Concerto, realizado pelo Projeto Aquarius.
O evento estava marcado para as 20h, e reunia a Orquestra Petrobras Sinfônica, regida por um dos idealizadores do Aquarius, Isaac Karabtchevsky, e músicos conceituados, como Turíbio Santos, Mauro Senise e Leila Pinheiro. Tudo isso para comemorar os 50 anos da Bossa Nova. O cenário não podia ser melhor: Copacabana. Afinal, o bairro era um dos pontos de encontro dos bossa novistas, mais precisamente o apartamento de Nara Leão.
Mas, não sei se por subestimação ou por falta de planejamento, resolveram colocar um show dessa magnitude em um local que, notoriamente, não comportaria as cerca de 15 mil pessoas esperadas.
Às 20h já não passava mais ninguém. A fila chegava na casa dos 500m e, até 20:15h, aproximadamente, ninguém sabia ao certo porque nada andava. Pelo contrário. De lá de fora dava para ver muitas pessoas saindo do evento.
Pensávamos que era por causa da chuva, mas esta era tão fina que valia a pena ficar um pouco molhado para ouvir Leila Pinheiro cantando “Samba do Avião” acompanhada de uma das melhores orquestras do país.
Quando estas pessoas passavam por nós, só dava para escutar “lá em cima está insuportável”, “está muito cheio, não dá pra ficar”. Juntou então a insatisfação de quem não conseguiu entrar e de quem lá dentro estava, mas não conseguia se mover.
Agora a pergunta que não quer calar: por que um evento como este não foi na praia, onde, com certeza, havia mais espaço e, certamente, não haveria confusão? Será que não calcularam que o Campo de Marte não comportaria 15 mil pessoas? Será que subestimaram um público amante de boa música?
A resposta, certamente, não terei, mas espero que o próximo Aquarius não vá por água abaixo...
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