
Muito se fala sobre o fim da exigência do diploma de jornalismo para o exercício da profissão, mas pouco se reflete seriamente sobre o assunto. Para começar, muitos países já não exigem o canudo há muito tempo. Fora o fato de que ele, aqui no Brasil, começou a ser obrigatório no período ditatorial. Alguém aí já viu Machado de Assis e Nelson Rodrigues com diploma? Pois é...
Ontem, em um programa da MTV comandado pelo ótimo e inteligente comunicador Lobão, que nunca fez faculdade, um gaiato disse que a decisão só vai beneficiar quem trabalha nas redações sem formação e desvalorizar quem estuda direitinho. Mas de onde ele tirou isso?
Em primeiro lugar, para entrar em qualquer empresa séria o candidato passa por uma bateria de testes, mesmo com formação. Não basta chegar só com currículo. Em segundo lugar, e não menos importante, há quem passe anos dentro de uma faculdade e não aprende sequer fazer uma nota, ao contrário de muitos que começam cedo no mercado de trabalho e que sacam mais do que um graduado.
É preciso entender que as faculdades de comunicação não vão fechar. Ninguém me exigiu diploma de pós-graduação, mas eu quis fazer o curso pela bibliografia, pelo que eu ia aprender a mais. E é isso que me difere de qualquer outro candidato à mesma vaga que estou pleiteando.
Se a pessoa pretende ter carreira, trabalhar numa Folha de São Paulo, numa Globo, ela não tem que pensar que essas empresas não vão exigir diploma. Vão querer muito mais! Para elas essa decisão não vai mudar uma vírgula.
Agora, quem quiser trabalhar com fofoca, numa Caras da vida, pode se sentir satisfeito por ter apenas o ensino médio, ou nem isso.