
A ação conjunta de repressão a opositores das ditaduras instaladas na América do Sul nos anos 70, conhecida como Operação Condor, é tema do documentário do diretor Roberto Mader.
Condor foi o vencedor dos prêmios de melhor documentário no Festival do Rio e prêmio especial do júri em Gramado, no ano de 2007.
Mader entrevistou tanto pessoas ligadas ao regime militar, como o general Manoel Contreras, braço direito do general Augusto Pinochet, e Jarbas Passarinho (o ex-ministro em três governos militares), como algumas vítimas deste período, como a uruguaia Victoria Larraberti (ela e seu irmão, Anatole, quando pequeno, foram separados de seus pais, que foram seqüestrados e torturados), além de especialistas no assunto, como o escritor e jornalista John Dinges, do livro “Os Anos Condor”.
E o Culturaetc. foi conversar com Mader sobre este importante trabalho.
Culturaetc.: Roberto, de onde partiu a idéia de filmar Condor?
Roberto Mader: A idéia do filme surgiu em 98. Eu morei na Inglaterra e, neste ano, estava lá quando o general Augusto Pinochet foi preso e aí começou uma grande busca por arquivos militares da época da repressão, nos anos 70. Por isso a palavra “Condor”, que estava esquecida ou não era conhecida, começou a aparecer e eu percebi que essa operação iria dar um trabalho interessante.
Culturaetc.: E como foi feito o documentário?
Roberto Mader: O documentário foi dividido em três partes. Uma é a contextualização da América do Sul naquela época. Outra explica mais o que era a Operação Condor, apesar de não me prender tanto a isso, como data e fatos, e a terceira é a parte mais forte do documentário, pois fala das conseqüências humanas e psicológicas daquele período.
A operação durou até o período de redemocratização da região, na década seguinte. Liderada por militares da América Latina, a operaçãofoi batizada com o nome do Condor, ave típica dos Andes e símbolo da astúcia na caça às suas presas.