terça-feira, 25 de março de 2008

Os Miquinhos estão de volta!



Oito amigos resolvem se encontrar por acaso e fazer shows por acaso. De repente, eles já estão com um disco nas lojas e com sucesso tocando nas rádios, e nada mais é simplesmente por acaso...

Essa é a história de João Penca e seus Miquinhos Amestrados que, depois de 14 anos parados, resolveram se encontrar e fazer um show pra lá de irreverente no Rio de Janeiro, neste mês de março.

E humor é o que não falta para este grupo, que hoje está reduzido em três. Bob Gallo, Avelar Love e Selvagem Big Abreu parecem os mesmos garotões que emplacaram com Telma, Eu Não Sou Gay e Pop Star. Eles brincam o tempo todo, correm de um lado para o outro, trocam de roupa e não deixam ninguém ficar parado.

Mas é bom que fique claro: tudo pode parecer uma brincadeira despretensiosa, um festival de besteirol, mas João Penca e seus Miquinhos Amestrados deixa muita bandinha de garotões no chão. Eles continuam bem afinados e com um som pra ninguém colocar defeito.

O João Penca se formou em 1972, através da iniciativa de oito amigos: Bob Gallo (voz), Avelar Love (voz), Léo Jaime (voz), Selvagem Big Abreu (guitarra, violão e voz), Cláudio Killer (teclados e voz), Del Rosa (baixo e voz), Guilherme Hullygully (guitarra e violão) e Mimi Erótico (bateria).

Quando o primeiro disco da banda saiu, em 1983, o grupo já não contava com Leo Jaime, que partiu para carreira solo. Mas isso não impediu que “Os Maiores Sucessos de João Penca & Seus Miquinhos Amestrados” fizesse sucesso.

Porém, neste mesmo ano, a banda perderia mais um componente, o tecladista Cláudio Killer, que falecera em um acidente de carro.

Em uma conversa animada, o trio falou sobre essas perdas, seus sucessos, sua volta e seus planos.

E eles estavam tão empolgados que, na primeira pergunta, quando indagados sobre a escolha do nome, eles perguntam “isso é sério ou é brincadeira?”.

Após os risos, Bob Gallo explica.

Quando a gente era mais novo a gente era fã de bandas que sempre tinham o nome de “algum cara e alguma porcaria.”. Um dia, algum louco, que ninguém sabe quem foi, deu esse nome, do nada.

E Avelar Love completa.

A gente achou esse nome tão absurdo que resolveu adotar. E isso foi no verão de 1982.

No ano de 1986, quando lançaram seu segundo trabalho, “OK My Gay”, o João Penca já era um trio.


A galera fazia aquilo de brincadeira. Cada um tinha seu compromisso com escola, pais, etc. Então, quando a coisa começou a ficar séria, quatro pularam fora de uma vez só, exlica Bob.

Nossa pretensão não era fazer sucesso, ganhar dinheiro nem nada, era ganhar mulher mesmo. Então fizemos tudo de forma despretensiosa. Tínhamos nossas metas de carreira – somos engenheiros – e a música foi uma forma de se dar bem com as mulheres, explica o sincero Avelar, que jura não ter tido tanta sorte como imaginava.

E parece que, até hoje, o trio continua com a idéia de se divertir.

A gente continua se divertindo, despretensiosamente, como a gente gosta de fazer, com amigos que se conhecem há 30 anos, explica Bob Gallo.

Deixando um pouco o humor de lado, o João Penca deu uma analisada no cenário cultural e falou um pouco sobre o futuro.

Há um bom tempo que não há um movimento genuíno cultural. Há meio que um vazio. Mas o mercado está mudando muito por causa da internet. As gravadoras não são mais donas do mercado, comenta Avelar.

E as coisas estão mais democráticas. Cada vez mais fica fácil para as pessoas colocarem seus trabalhos na internet. É um momento de mudança. A produção de massa passa a ser uma produção segmentada, completa Bob.

Mas o público está mesmo é ansioso para saber quando sai um DVD da banda.

A gente está sem pretensão, está sendo muito bom não estar com uma coisa determinada, de que tem que fazer DVD. A gente está tocando, melhorando e uma hora vai rolar, adianta Bob.

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